O mecanismo primário por meio do qual NuvaRing
exerce seu efeito anticoncepcional é a supressão
da ovulação. O anel vaginal funciona, portanto,
como uma pílula ou um adesivo anticoncepcional
. A este mecanismo, chamado central, somam-se
alterações nas características do muco cervical
que dificultam a passagem dos espermatozóides
através do trato genital feminino.
Estes últimos, os mecanismos periféricos,
são de menor importância de vez que
estudos de farmacodinâmica bem conduzidos
documentaram inibição da ovulação
através da medida do diâmetro folicular
(ao ultrassom) e de dosagens hormonais (gonadotrofinas
e progesterona) e atestaram que, mesmo durante
uso atípico (breves retiradas do anel durante
o período de uso ou retardo da sua retirada
decorridas as 3 semanas) não ocorreu a
ovulação (veja gráfico abaixo).
Também ocorrem alterações
endometriais semelhantes às observadas
com o uso das pílulas combinadas, cujo
possível efeito sobre a implantação
não tem sido estudado.
Inibição
da Ovulação com NuvaRing
Mulders & Dieben, Fertil
Steril, 2001;75:8657
Um estudo que avaliou as propriedades
de inibição da ovulação
de NuvaRing através da medida do diâmetro
folicular e das concentrações séricas
de estradiol e progesterona durante os 7 dias
que antecederam a inserção de NuvaRing
(dias -7 a 0) e nas 3 semanas de uso do anel (dias
1 a 21) demonstrou que, na semana anterior à
inserção (dias -7 a 0) os folículos
começaram a crescer acompanhado de aumento
na produção de E2. Após a
inserção do anel, os folículos
regrediram em tamanho e permaneceram pequenos
pelo resto do período em que o anel foi
usado. Em linha com este padrão de crescimento
folicular, houve declínio abrupto da concentração
sérica de E2 após a inserção
do anel, que permaneceu em níveis abaixo
do limite de detecção (49,9 pmol/L)
até o final do estudo.
A concentração de P ficou baixa
no curso das 3 semana do uso do anel, confirmando
que não ocorreu ovulação
(progesterona >10 nmol/L é indicativo
de ovulação).