MÉTODOS DE
BARREIRA

MÉTODOS BASEADOS NA
PERCEPÇÃO DA FERTILIDADE
e NATURAIS

DISPOSITIVO
INTRA-UTERINO

MÉTODOS
CIRÚRGICOS




  1. Manejo das Intercorrências ou Complicações

    1. Como Tratar os Problemas

      • Sangramento vaginal prolongado e volumoso:
      • Há evidência de infecção ou outra anormalidade?

        • Faça um exame pélvico para afastar doença cervical, gravidez ectópica ou doença inflamatória pélvica. Encaminhe ou trate quando necessário.
        • A mulher pode continuar a usar o DIU enquanto se submete à investigação.

        Não há evidência de infecção ou outra anormalidade, faz menos de três meses desde a inserção do DIU, e o sangramento está dentro do esperado?

        • Tranqüilize-a, explicando que as alterações menstruais são normais e provavelmente diminuirão com o tempo;
        • Informe-a sobre os alimentos ricos em ferro e recomende sua ingestão. Se necessário, forneça suplementação de ferro.
        • Pergunte se ela quer continuar a usar o DIU:
          • Sim. Peça para ela retornar em três meses para outra avaliação. Se o sangramento continuar incomodando-a, recomende o uso de alguma droga anti-inflamatória não esteróide (exceto aspirina) para ajudar a diminuir a perda sanguínea.
          • Não. Remova o DIU e ajude-a a escolher um outro método.

        Não há evidência de infecção ou outra anormalidade e mais de três meses se passaram desde a inserção do DIU?

        • Se o sangramento ou a dor são intensos, ou se a mulher preferir, remova o DIU. Ajude-a a escolher um outro método.
        • Se alguma condição anormal está causando o sangramento, trate ou encaminhe para tratamento.
        • Se o sangramento é muito importante, examine a mulher para detectar sinais de anemia. Se sinais de anemia estiverem presentes:
          • recomende a remoção do DIU e ajude-a a escolher outro método;
          • forneça-lhe suplementação de ferro por três meses;
          • se ela quiser continuar a usar DIU mas está usando um modelo inerte, troque-o, substituindo por um de cobre. Solicite que retorne entre três e seis semanas para revisão.

      • Sangramento vaginal inexplicado e anormal que sugira gravidez ou uma condição médica subjacente
        • Ela pode continuar a usar o DIU enquanto se submete à investigação;
        • Avalie e trate a condição médica subjacente ou encaminhe para cuidado médico.

      • Dor no baixo ventre que sugira doença inflamatória pélvica (DIP)
        1. Diagnóstico:
        2. Investigue a história e faça os exames físico e pélvico. Se os seguintes achados forem encontrados, encaminhe imediatamente para um profissional de saúde habilitado:

          • ausência de menstruação, atraso menstrual ou gravidez;
          • parto ou aborto recente;
          • dor ou sensibilidade à palpação abdominal durante o exame;
          • sangramento vaginal;
          • massa pélvica.

          Se a mulher não apresentar nenhuma das condições acima, diagnostique DIP caso apresente quaisquer dos seguintes achados:

          • temperatura oral de 38,3 graus C ou mais;
          • corrimento vaginal ou cervical anormal;
          • dor à mobilização do colo uterino durante o exame pélvico;
          • sensibilidade sobre a região pélvica;
          • parceiro sexual com secreção uretral ou tratado para gonorréia.

          Importante ! O diagnóstico pode ser difícil. Os sinais e sintomas podem ser leves ou ausentes, ou podem se confundir com sinais e sintomas de outras condições como gravidez ectópica e apendicite.

        3. Trate ou encaminhe para tratamento imediatamente.
        4. Trate para gonorréia, clamídia e tricomoníase. Trate todas as três.

        5. Normalmente, remova o DIU, se o exame físico ou os testes de laboratório indicam DIP.
        6. Se o diagnóstico não for de certeza e o acompanhamento for possível, trate sem remover o DIU e observe o resultado do tratamento. Se o diagnóstico for incerto e o acompanhamento não for possível, remova o DIU e inicie o tratamento com antibióticos.

        7. Acompanhamento:
        8. Se a mulher não melhorar em dois ou três dias após iniciado o tratamento, ou se ela desenvolver abscesso tubo-ovariano, ela deve ser encaminhada para um hospital. Caso contrário, agende um retorno assim que ela tiver completado o tratamento.

        9. Trate o parceiro.

      • Doença sexualmente transmissível (DST) em atividade ou nos últimos três meses, ou cervicite purulenta aguda
        • Remova o DIU;
        • Diagnostique e trate a DST ou encaminhe.

      • Câncer cervical, endometrial ou ovariano ( aguardando tratamento)
      • O DIU deve ser removido para tratamento do câncer. Até começar o tratamento, a mulher pode ficar com o DIU se ela deseja, e segundo o julgamento de um médico experiente. Se existe risco de que o DIU possa lesar algum tecido, ele deve ser removido.

      • Gravidez
        • Se os fios do DIU estão visíveis:
          • explique à mulher que a remoção é indicada devido ao risco de infecção grave. Explique também que ela corre um risco ligeiramente maior de ter um abortamento espontâneo.
          • se ela aceitar, remova o DIU ou encaminhe para remoção. Explique que ela deve procurar um serviço de saúde se apresentar sangramento vaginal excessivo, cólicas, dor, corrimento vaginal anormal ou febre.
        • Se os fios do DIU não estão visíveis:
          • Informe à mulher que ela apresenta risco aumentado para aborto espontâneo e infecção. A gravidez deve ser acompanhada cuidadosamente. Ela deve procurar o serviço de saúde imediatamente se apresentar sangramento vaginal, cólica, dor, corrimento vaginal anormal ou febre.

        Importante ! A a taxa de gravidez entre as usuárias de DIU é baixa. Entretanto, quando a gravidez ocorre, uma em cada 30 será ectópica. O DIU, especialmente o TCu 380A oferece proteção contra gravidez ectópica mas, ocasionalmente, isto pode ocorrer. A gravidez ectópica coloca em risco a vida da mulher e requer tratamento imediato.

      • O parceiro se queixa dos fios
      • Explique à mulher (e ao seu parceiro, se possível) que o que está sentindo é normal. Outras alternativas são: aparar os fios mais curto ou remover o DIU.


        Importante ! Quando a mulher busca ajuda, certifique-se de que você entendeu bem o que ela quer. Depois da entrevista e orientação, pergunte a ela diretamente se quer continuar a usar o DIU ou prefere que seja removido. Ajude-a a decidir, sem pressioná-la.

    2. Quando Interromper a Anticoncepção ou Trocar de Método

    3. Com base no princípio de escolha livre e informada do método anticoncepcional, a mulher pode optar por outro método se e quando assim o desejar, ou se apresentar problemas ou condições com os quais o uso do DIU não é adequado.

      Também é livre (e informada) a decisão da mulher optar por não usar qualquer método anticoncepcional, se assim o desejar por qualquer motivo.


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