MÉTODOS DE
BARREIRA

MÉTODOS BASEADOS NA
PERCEPÇÃO DA FERTILIDADE
e NATURAIS

DISPOSITIVO
INTRA-UTERINO

MÉTODOS
CIRÚRGICOS




Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS para Esterilização Feminina



Importante: Nenhuma condição médica impede a mulher de submeter-se à esterilização. Existem condições e circunstâncias que indicam que algumas precauções devem ser adotadas. São adotadas as seguintes definições de categorias:

E (Encaminhar): A mulher deve ser encaminhada a um centro médico onde um cirurgião experiente e sua equipe possam realizar o procedimento em ambiente equipado para anestesia geral e outros cuidados médicos avançados. Métodos anticoncepcionais temporários devem ser oferecidos à mulher até a realização do procedimento. 

C (Cuidado): O procedimento pode ser realizado em uma clínica não especializada, mas com preparação e precauções adequadas, dependendo da condição apresentada pela mulher.

A (Adiar): Significa adiar a esterilização feminina. Essas condições devem ser tratadas e resolvidas antes que o procedimento de esterilização feminina seja feito. O provedor deve oferecer métodos anticoncepcionais temporários á mulher.


Categoria E: A mulher deve ser encaminhada a um centro médico onde um cirurgião experiente e sua equipe possam realizar o procedimento em ambiente equipado para anestesia geral e outros cuidados médicos avançados. Métodos anticoncepcionais temporários devem ser oferecidos à mulher até a realização do procedimento. 

Pós-parto(a)
  • Menos de 7 dias ou 42 dias ou mais
  • Pré-eclâmpsia leve
  • Perfuração ou rotura uterina pós-parto
  • Amamentação
  • Pós-aborto não complicado
  • Perfuração ou rotura uterina pós-aborto
  • Fumante
  • Hipertensão arterial 
    • PA sistólica maior ou igual a 160 ou PA diastólica maior ou igual a 100
    • Doença vascular
  • Múltiplos fatores de risco para doença arterial cardiovascular (como idade avançada, fumo, hipertensão e diabetes)
  • História de pré-eclâmpsia
  • História de diabetes gestacional
  • Diabetes com nefropatia/retinopatia/neuropatia, outras doenças vasculares ou duração maior que 20 anos
  • História de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar(b)
  • História familiar de doença tromboembólica (parentesco de 1º grau)
  • Cirurgia de grande porte sem imobilização prolongada
  • Cirurgia de pequeno porte sem imobilização
  • Varizes
  • Tromboflebite superficial
  • Hiperlipidemias
  • Doença cardíaca valvular complicada (hipertensão pulmonar, fibrilação atrial, história de endocardite bacteriana)(c)
  • Cefaléia ou enxaqueca
  • Sangramento vaginal irregular não volumoso, ou volumoso e prolongado
  • Nódulo mamário sem diagnóstico
  • Doença mamária benigna
  • Câncer de mama no passado e sem evidência de doença nos últimos cinco anos
  • História familiar de câncer de mama
  • Neoplasia intraepitelial cervical
  • Ectopia cervical
  • Doença inflamatória pélvica no passado com gravidez subsequente
  • Doença sexualmente transmissível (DST) nos últimos três meses, vaginite sem cervicite purulenta ou risco aumentado para DST
  • AIDS(d)
  • HIV positivo
  • Alto risco para HIV
  • Doença biliar tratada ou assintomática
  • História de colestase associada à gravidez ou ao uso de anticoncepcional oral combinado no passado
  • Portadora assintomática de hepatite viral
  • Cirrose grave (descompensada)
  • Gravidez ectópica no passado
  • Tireoidopatias:
    • Bócio simples
    • Hipertireoidismo
  • Doença trofoblástica gestacional benigna
  • Esquistossomose com fibrose hepática(e)
  • Malária
  • Nuliparidade ou multiparidade(f)
  • Dismenorréia grave
  • Doença respiratória crônica: asma, bronquite, enfizema, infecção pulmonar(g)
  • Tuberculose pélvica ou não-pélvica
  • Útero fixo devido a infecção ou cirurgia prévia
  • Tumores ovarianos benignos (incluindo cistos)
  • Hérnia umbilical ou de parede abdominal(h)
  • Esterilização simultânea à cesárea(a)
(a) Não existem razões médicas que impedem a realização do procedimento; entretanto, segundo a legislação federal "é vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores".
(b)Existe risco de recorrência ou embolia: a deambulação precoce reduz o risco pós-operatório de trombose ou embolia.
(c)Os riscos cirúrgico e anestésico são elevados. Se há fibrilação atrial instável ou endocardite bacteriana subaguda, o procedimento deve ser adiado.
(d)O uso de condom deve ser recomendado após a esterilização; se a mulher com AIDS apresenta mau estado geral, o procedimento deve ser adiado.
(e)A função hepática deve ser avaliada.
(f)Não existem razões médicas que restrinjam o procedimento em qualquer paridade; entretanto, legislação federal impede sua realização em mulheres com menos de dois filhos.
(g)Durante laparoscopia, a mulher pode apresentar exacerbação dos sintomas devido à elevação do diafragma provocada pelo pneumoperitônio, posição de Trendelenburg ou pela diminuição do retorno venoso.
(h)A correção da hérnia pode ser feita simultaneamente à laqueadura, se possível.

C (Cuidado): O procedimento pode ser realizado em uma clínica não especializada, mas com preparação e precauções adequadas, dependendo da condição apresentada pela mulher.
  • Idade baixa(a)
  • Hipertensão arterial no passado se a PA não pode ser avaliada
  • Hipertensão arterial: PA 140-159/90-99
  • Hipertensão adequadamente controlada se a PA pode ser avaliada
  • Diabetes insulino-dependente ou não
  • Doença cardíaca isquêmica no passado
  • AVC
  • Cardiopatia valvular não complicada
  • Câncer de mama atual
  • Doença inflamatória pélvica no passado sem gravidez subseqüente(b)
  • Cirrose leve (compensada)(c)
  • Tumores hepáticos benignos ou malignos(c)
  • Mioma uterino(d)
  • Obesidade: IMC maior ou igual a 30kg/m2(e)
  • Hipotireoidismo
  • Anemia falciforme(f)
  • Talassemia
  • Anemia ferropriva: Hb maior ou igual a 7 e menor que 10g/dl(g)
  • Epilepsia
  • Esquistossomose com fibrose hepática(c)
  • Hérnia diafragmática(h)
  • Doença renal(i)
  • Desnutrição grave(j)
  • Esterilização simultânea a cirurgia abdominal eletiva
(a)Não existem razões médicas que restrinjam o procedimento para qualquer idade; entretanto, legislação federal impede sua realização em mulheres com 25 anos de idade ou menos.
(b)Um exame pélvico cuidadoso deve ser realizado para afastar infecção persistente ou recorrente e avaliar a mobilidade uterina. 
(c)A coagulação sanguínea e a função hepática podem estar alteradas. Deve-se a avaliar a função hepática.
(d)Tumores volumosos podem dificultar a localização das trompas e a mobilização do útero.
(e)O procedimento é mais difícil, existe aumento do risco para infecção e deiscência de parede.
(f)Existe aumento do risco para crises falciformes, complicações pulmonares, cardíacas e neurológicas e infecção de parede.
(g)Deve-se identificar a doença subjacente e monitorar os níveis de hemoglobina pré e pós-operatórios. 
(h)Durante laparoscopia, a mulher pode apresentar exacerbação dos sintomas devido à elevação do diafragma provocada pelo pneumoperitônio, posição de Trendelenburg ou pela diminuição do retorno venoso.
(i)Pode haver aumento do risco para infecção, choque hipovolêmico, anemia, distúrbios eletrolíticos, neuropatia periférica e anormalidades no metabolismo e excreção de drogas.
(j)Pode haver aumento do risco para infecção de parede.

A (Adiar): Significa adiar a esterilização feminina. Essas condições devem ser tratadas e resolvidas antes que o procedimento de esterilização feminina seja feito. O provedor deve oferecer métodos anticoncepcionais temporários á mulher.

  • Gravidez
  • Pós-parto(a)
    • 7 a 42 dias após o parto(b)
    • Pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia(c)
    • Ruptura prolongada de membranas: 24 horas ou mais(d)
    • Sepsis puerperal, febre intraparto ou puerperal(d)
    • Hemorragia anteparto ou pós-parto grave(e)
    • Traumatismos graves do trato genital durante o parto(e)
  • Pós-aborto
    • Sepsis ou febre pós-aborto(d)
    • Hemorragia grave pós-aborto(e)
    • Traumatismos graves do trato genital por aborto(e)
    • Hematométrio agudo(e)
  • Trombose venosa profunda ou embolia pulmonar atual(f)
  • Cirurgia de grande porte com imobilização prolongada
  • Cardiopatia isquêmica atual
  • Sangramento vaginal inexplicado (antes da avaliação)
  • Doença trofoblástica gestacional maligna
  • Câncer de colo uterino (aguardando tratamento)
  • Câncer de ovário ou de endométrio
  • Doença inflamatória pélvica atual ou nos últimos três meses(g)
  • Doença sexualmente transmissível atual (incluindo cervicite purulenta)(d)
  • Doença biliar sintomática 
  • Hepatite viral ativa
  • Doença trofoblástica gestacional maligna
  • Anemia ferropriva (Hb < 7g/dl)
  • Infecção de pele no abdome
  • Doença respiratória aguda (bronquite, pneumonia)
  • Infecção generalizada ou gastroenterite(h)
  • Esterilização simultânea a cirurgia abdominal de emergência ou com infecção
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(a)Não existem razões médicas que impedem a realização do procedimento; entretanto, segundo a legislação federal "é vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores".
(b)Existe aumento do risco para complicações se o útero não está completamente involuído.
(c)Existe aumento do risco anestésico.
(d)Existe aumento do risco para infecção pós-operatória.
(e)Existe significativa perda sanguínea e anemia; há aumento do risco para insuficiência renal aguda devido a hipotensão prolongada.
(f)Existe risco de recorrência ou embolia; a mulher não deve ser exposta a situações que elevam a resistência vascular pulmonar  ou diminuem a volemia ou diminuem a resistência vascular sistêmica.
(g)Existe aumento do risco para infecções e aderências.
(h)Existe aumento do risco para desidratação, complicações anestésicas e infecções.


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