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Critérios médicos de elegibilidade
da OMS para Uso de Anticoncepcionais Orais Combinados
de Baixa Dosagem
Categoria
4: O método não deve ser usado. O método
apresenta um risco inaceitável. |
- Lactantes
com menos de 6 semanas após o parto (a)
- Idade
maior ou igual a 35 anos e fumante (15
ou mais cigarros/dia) (b)
- Hipertensão
arterial
- 160
- 179+/100 - 109+
- com
doença vascular
- Doença
tromboembólica em atividade no momento
ou no passado
- Cirurgia
de grande porte com imobilização prolongada
- Cardiopatia
isquêmica (c)
- Antecedente
de acidente vascular cerebral (AVC) (c)
- Doença
cardíaca valvular complicada (hipertensão
pulmonar, fibrilação atrial, história
de endocardite bacteriana) (d)
- Enxaqueca
com sintomas neurológicos focais (e)
- Enxaqueca
sem sintomas neurológicos focais
e idade maior ou igual a 35 anos (para
continuação de uso)
- Câncer
de mama atual (f)
- Cirrose
hepática descompensada (g)
- Hepatite
viral em atividade (g)
- Tumores
de fígado malignos ou benignos (g)
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(a)
Existe alguma preocupação teórica com o risco
de exposição aos hormônios esteróides pelo
lactente durante as primeiras seis semanas
pós-parto; além disso, existe a preocupação
com o uso do anticoncepcional oral combinado
antes de 3 semanas pós parto e o risco de
trombose.
(b) O risco cardiovascular aumenta
com a idade e o número de cigarros/dia.
(c) Em mulheres com doença vascular
subjacente, o aumento do risco de trombose
com o uso do anticoncepcional oral combinado
deve ser evitado.
(d) Entre mulheres com doença cardíaca
valvular, o uso do anticoncepcional oral combinado
pode aumentar o risco para trombose arterial.
(e) Sintomas neurológicos focais
podem ser uma indicação do aumento de risco
para AVC.
(f) Pode haver aumento do risco
de progressão da doença em mulheres com câncer
de mama atual ou no passado.
(g) O anticoncepcional oral combinado
é metabolizado no fígado; seu uso pode oferecer
risco às mulheres com função hepática comprometida.
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Categoria
3: O método não deve ser usado, a menos
que o profissional de saúde julgue que a mulher
pode usar o método com segurança. Os riscos
possíveis e comprovados superam os benefícios
do método. Deve ser o método de última escolha
e, caso seja escolhido, um acompanhamento
rigoroso se faz necessário. |
- Lactantes
entre 6 semanas e menos de 6 meses pós-parto
(a)
- <
21 dias pós-parto (não lactantes) (b)
- Idade
maior ou igual a 35 anos e fumante (menos
de 15 cigarros/dia)
- Múltiplos
fatores de risco para doença arterial
cardiovascular (como idade avançada,
fumo, diabetes e hipertensão arterial)-categoria
3/4 (c)
- História
de hipertensão arterial, se não
é possível avaliar a pressão
arterial (incluindo hipertensão
gestacional) (d)
- Hipertensão
arterial adequadamente controlada, se
é possível avaliar a pressão
arterial (d)
- Hipertensão
arterial: PA sistólica 140-159
ou PA diastólica 90-99 (d)
- Enxaqueca
sem sintomas neurológicos focais
e idade menor que 35 anos (para continuação
do uso) (e)
- Enxaqueca
sem sintomas neurológicos focais
e idade maior ou igual a 35 anos (para
início de uso) (e)
- Câncer
de mama no passado ou sem evidência de
doença nos últimos cinco anos (f)
- Diabetes
com mais de 20 anos de duração ou doença
vascular(nefropatia, neuropatia, retinopatia)
- categoria 3/4
- Doença
da vesícula biliar atual ou tratada com
medicamentos (g)
- História
de colestase relacionada ao uso de anticoncepcional
oral combinado (h)
- Cirrose
compensada (i)
- Uso
de rifampicina, griseofulvina e anticonvulsivantes
(fenitoína, carbamazepina, barbituratos,
primidona (j)
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(a)
Nos primeiros 6 meses pós-parto, o uso do
anticoncepcional oral combinado diminui a
quantidade do leite e pode afetar adversamente
a saúde da criança.
(b) A coagulação sanguínea e a
fibrinólise normalizam-se em torno de 3 semanas
pós-parto.
(b) Quando uma mulher apresenta
múltiplos fatores de risco para doença cardiovascular
simultaneamente, o uso do anticoncepcional
oral combinado pode aumentar o risco até um
nível inaceitável.
(c) Para todas as categorias de
hipertensão, as classificações pressupõem
que não há outros riscos para doença cardiovascular.
Quando existem múltiplos fatores de risco,
o risco para doença cardiovascular pode ser
inaceitável.
(d) Se há suspeita de gravidez
ou alguma condição médica subjacente, deve-se
investigar e reavaliar a indicação do método
após.
(e) Mulheres portadoras de enxaqueca
com sintomas neurológicos focais apresentam
maior risco para AVC do que as assintomáticas.
Além disso, o uso do anticoncepcional oral
combinado aumenta em até 2-4 vezes o risco
para AVC entre mulheres com enxaqueca.
(f) Pode haver aumento do risco
de progressão da doença em mulheres com câncer
de mama atual ou no passado.
(g) O uso do método pode estar
associado com doença biliar; além disso, pode
agravar doença biliar pré-existente.
(h) História de colestase associada
ao método pode aumentar o risco para episódios
subseqüentes.
(i) O anticoncepcional oral combinado
é metabolizado pelo fígado e seu uso pode
afetar adversamente a saúde de mulheres com
função hepática comprometida.
(j) Esses medicamentos são indutores
de enzimas hepáticas e reduzem a eficácia
da pílula.
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Categoria
2: O método pode ser usado. As vantagens
geralmente superam riscos possíveis ou comprovados.
As condições da categoria 2 devem ser consideradas
na escolha de um método. Se a mulher escolhe
esse método, um acompanhamento mais rigoroso
pode ser necessário. |
- Amamentação
6 meses ou mais pós-parto
- Idade
maior ou igual a 40 anos (a)
- Fumante
com menos de 35 anos de idade
- Obesidade
(IMC maior ou igual a 30k/m²) (b)
- História
de hipertensão gestacional (se
a PA atual é normal) (c)
- História
familiar de doença tromboembólica
(parentesco de primeiro grau) (d)
- Diabetes
sem doença vascular ( insulino- dependente
ou não) (e)
- Cirurgia
de grande porte sem imobilização prolongada
- Tromboflebite
superficial
- Hiperlipidemias
- categoria 2/3 (f)
- Doença
cardíaca valvular não complicada (g)
- Cefaléia
leve ou grave, exceto enxaqueca (para
continuação do uso)
- Sangramento
vaginal inexplicado (antes da investigação)
(h)
- Nódulo
mamário sem diagnóstico (i)
- Neoplasia
cervical intraepitelial (j)
- Câncer
de colo uterino( aguardando tratamento)
- Doença
da vesícula biliar tratada com cirurgia
ou assintomática
- Antecedente
de colestase associada à gravidez (k)
- Anemia
falciforme (l)
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(a)
O risco de doença cardiovascular aumenta com
a idade e pode ser maior com o uso da pílula.
Na ausência de outras condições clínicas desfavoráveis,
a pílula pode ser usada até a menopausa.
(b) Obesidade é um fator de risco
para tromboembolismo venoso.
(c) Alguns estudo sugerem que mulheres
com antecedente de hipertensão gestacional
usuárias de pílula podem apresentar aumento
do risco para infarto e tromboembolismo venoso.
(d) Algumas condições que aumentam
o risco para tromboembolismo são herdadas.
(e) Embora a pílula possa afetar
a tolerância a carboidratos, é maior a preocupação
se há doença vascular com risco adicional
de trombose.
(f) Algumas hiperlipidemias são
fatores de risco para doença cardiovascular.
A categoria deve ser avaliada de acordo com
o tipo e a gravidade. Os testes rotineiros
não são apropriados; são exames de alto custo
e a condição é rara.
(g) O uso da pílula por mulheres
portadoras de doença cardíaca valvular aumenta
o risco para trombose arterial.
(h) Avaliar a categoria após a
investigação.
(i) A grande maioria dos nódulos
mamários em mulheres em idade reprodutiva
são benignos; a investigação deve ser o mais
rápida possível.
(j) Existe alguma preocupação de
que o uso da pílula possa, a longo prazo,
acelerar a progressão de NIC para doença invasiva.
(k) História de colestase associada
à gravidez pode indicar aumento do risco para
colestase associada à pílula.
(l) A pílula pode afetar a coagulação,
a viscosidade sanguínea e a frequência
e gravidade das crises falciformes.
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Categoria
1: O método pode ser usado sem restrições.
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- Idade
desde a menarca até 39 anos (a)
- Nuliparidade
ou multiparidade
- 21
dias pós parto ou mais (b)
- Pós-aborto
(primeiro ou segundo trimestre ou aborto
infectado)
- Antecedente
de gravidez ectópica (c)
- Antecedente
de cirurgia pélvica
- História
de diabetes gestacional
- Cirurgia
de pequeno porte sem imobilização
- Varizes
- Cefaléia
leve ou moderada, exceto enxaqueca
(para início de uso)
- Epilepsia
- Sangramento
vaginal irregular não volumoso, ou volumoso
e prolongado
- Endometriose
(d)
- Tumores
ovarianos benignos (incluindo cistos)
- Dismenorréia
grave
- Doença
trofoblástica gestacional benigna ou maligna
- Doença
mamária benigna
- História
familiar de câncer de mama
- Ectopia
cervical
- Câncer
de ovário ou de endométrio (e)
- Mioma
uterino (f)
- Doença
inflamatória pélvica no passado, com ou
sem gravidez subseqüente, ou atual (g)
- Doença
sexualmente transmissível (DST) atual
ou nos últimos três meses, vaginite sem
cervicite purulenta, ou risco aumentado
para DST (g)
- HIV
positivo ou AIDS, ou risco para HIV
- Portador
assintomático de hepatite viral
- Esquistossomose
não complicada ou com fibrose hepática
leve
- Tuberculose
pélvica ou não pélvica
- Malária
- Tireoidopatias
(bócio simples, hipertireoidismo, hipotireoidismo)
- Talassemia
- Anemia
ferropriva (h)
- Antibióticos
(exceto rifampicina ou griseofulvina)
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(a)
A preocupação teórica
sobre o uso da pílula entre adolescentes
não tem evidência científica.
(b) A coagulação
sanguínea e a fibrinólise normalizam-se
três semanas após o parto.
(c) A pílula tem efeito protetor
contra gravidez ectópica.
(d) A pílula pode aliviar
os sintomas de endometriose.
(e) O uso da pílula reduz o risco
para câncer de ovário ou de endométrio. Enquanto
aguarda tratamento, a mulher com alguma dessas
condições pode continuar usando a pílula.
(f) A pílula parece não causar
aumento dos miomas uterinos.
(g) A pílula reduz o risco para
doença inflamatória pélvica
mas não protege contra o HIV e as vulvovaginites.
(h) A pílula pode reduzir a perda
sanguínea.
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